sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Já se arriscou hoje, mente quieta???





Encontrei esse texto em mais uma busca no google - sim eu faço muitaaas buscas, mas não procurava por isso - ... logo abaixo coloco meu ponto de vista... mesmo extenso muito interessante...

"Um aluno subversivo

Por um fio

Alexandre Calandra

Há algum tempo, fui procurado por um colega que me perguntou se eu estaria disposto a ser árbitro numa disputa com um aluno de física num exame final. Ele queria dar nota zero na prova, enquanto o aluno insistia que deveria receber nota dez se o sistema fosse justo. O professor e o aluno concordaram em submeter a questão a um árbitro isento, e eu fui escolhido.

Fui à sala do meu colega e li a questão: "mostre como é possível determinar a altura de um prédio de vários andares com o auxílio de um barômetro."

O estudante havia respondido: "leve o barômetro ao topo do edifício, amarre um fio e deixe o barômetro descer até o chão. Traga-o para cima medindo o comprimento do fio. O comprimento do fio será igual à altura do edifício".

Eu disse ao meu colega que o aluno tinha razão de exigir a nota máxima, pois tinha respondido a questão correta e completamente. Por outro lado, a nota dez indicaria uma alta competência em física, o que não parecia ser o caso. Sugeri então que fosse dada uma nova oportunidade ao aluno. Meu colega concordou mas, surpreendentemente, o aluno reagiu. Afinal, aceitou, e dei a ele seis minutos para uma nova tentativa, não sem antes alertá-lo de que a resposta deveria demonstrar algum conhecimento de física.

Ao final de cinco minutos o aluno não havia escrito nada. Perguntei-lhe se queria desistir e ele respondeu que não. Disse que tinha várias respostas ao problema e estava pensando qual delas seria a mais adequada. No minuto seguinte, escreveu a resposta: "leve o barômetro ao topo do edifício. Deixe o barômetro cair, cronometrando o tempo que leva para atingir o solo. A altura do edifício é a aceleração da gravidade vezes o quadrado do tempo que o barômetro levou na queda livre."

Perguntei então ao meu colega se ele queria desistir. Concordou e dei ao aluno nota oito.

Saindo da sala, lembrei-me que o aluno havia dito que tinha outras soluções para o problema e quis saber quais eram.

"Bem", disse ele, "há muitas formas de se conseguir medir a altura de um edifício alto com ajuda de um barômetro. Por exemplo, você poderia pegar o barômetro em um dia ensolarado, colocá-lo de pé, e medir a sua sombra. Depois medir a sombra do edifício e, através de uma simples regra de três, concluir a altura do edifício."

"Muito bem", disse-lhe," e as outras?"

"Sim, tenho uma solução que vai agradá-lo. Comece a subir as escadas marcando na parede o tamanho do barômetro. Quando chegar ao topo conte quantas marcas fez na parede e terá a altura do edifício em unidades de barômetro. Depois é só multiplicar pela altura do barômetro. Um método bastante direto. E se você quiser um método mais sofisticado, é só amarrar o barômetro com um fio, balançando-o como um pêndulo e determinar a aceleração da gravidade ao nível do solo, depois repetir a operação no topo do edifício. Pela diferença de g você pode, em princípio, determinar a altura do edifício. Há muitas maneiras de medir a altura do edifício, talvez a melhor seja ir ao subsolo e procurar a sala do síndico. Bata na porta, e quando o sindíco atender, diga-lhe: Senhor síndico, eu tenho aqui um excelente barômetro. Se o Sr. me disser a altura deste edifício, eu lhe darei o barômetro."

A estas alturas, perguntei ao aluno se ele realmente não conhecia a resposta convencional a este problema. Ele confessou que sabia, mas estava cansado de professores que queriam ensiná-lo a pensar usando o enfoque científico de uma forma padronizada, explorando as soluções de forma previsível, ao invés de ensinar a estrutura dos assuntos abordados. "

Alexandre Calandra é membro do Departamento de Física da Universidade Washington, St. Louis, Missouri. Este artigo foi extraído do seu livro "The Teaching of Elementary Science".

Considero isso um ótimo exemplo de uma inquieta mente...

Pessoas que não se deixam levar pelo convencional, que não procuram outras alternativas, outros caminhos, podem passar a vida sem saber ou experimentar coisas melhores... sensações únicas e que elevam nossa alma, nossa mente a um patamar diferente do estabelecido pela sociedade em que vivemos...
E essas que se adaptam ou tomam forma dependendo de onde estão, talvez façam parte desse grupo que cito... a difícil tarefa de manter sua personalidade e nao se camuflar para que nao lhe ataquem irrita e irrita muito... mentes quietas!!

Já se arriscou hoje???

* nao tente nem procurar a linha de raciocínio...!

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